sábado, 10 de abril de 2010

Recomeçar é preciso e difícil

Dor, solidão, angústia, medo, fim das esperanças, é tudo o que restou aos sobreviventes do deslizamento do Morro Bumba em Niterói, região Metropolitana do Rio de Janeiro.
A tragédia ocorrida no dia de 05 de abril devido a ocorrência das fortes chuvas, já é considerado o pior caso de deslizamentos de terra e a pior chuva nos últimos 44 anos no Rio de Janeiro. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), os dados indicam que a quantidade foi a mais elevada desde 1962, há 48 anos, quando foi registrado o maior volume em único dia pela série histórica - a medição é feita desde 1917.
Até este sábado (10/04) já foram localizados mais de 210 corpos vitimas do deslizamento de terra no Morro Bumba. As buscas ainda continuam.







Riscos



Ainda há riscos nas proximidades. O governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), afirmou neste sábado que determinou a retirada 'imediata' dos moradores do morro do Céu, lixão em Niterói vizinho ao morro do Bumba, onde cerca de 30 corpos soterrados já foram resgatados.




Recomeçar






Vivendo ainda o pesadelo os sobreviventes do deslizamento terão que retomar suas vidas do ponto zero. Documentos, objetos pessoais, residência, nada restou, tudo foi levado pelas fortes chuvas. Raros os que conseguiram resgatar alguma coisa.

Sem saber para onde ir, moradores ficam desabrigados, sem orientação.

Pais com esperança de encontrar seus filhos, crianças perdidas, familiares que ainda esperam até os últimos instantes por alguma resposta positiva da equipe de bombeiros no resgate as vitimas, tudo o que acontece no Morro está sendo acompanhado por pessoas que ainda tem alguma esperança, mesmo que seja apenas o corpo de familiares.






Resgates




As buscas são constantes. São 50 profissionais que trabalham no morro do Bumba se revezam em turnos de 24h ininterruptas.

Os trabalhos dos Bombeiros não é nada fácil visto que eles têm que prever aonde estão as vitimas para começarem as escavações.Para isso os bombeiros precisam de orientações dos moradores onde se localizavam as vitimas.

Segundo comandante do Grupamento de Busca e Salvamento, Ricardo Loureiro, que trabalhou nos dois episódios passados e está participando do resgate no Bumba, o ocorrido é pior do que no terremoto do Haiti e no desabamento em Angra dos Reis.

Loureiro acredita que seja difícil encontrar vítimas com vida no Morro do Bumba. No entanto, afirmou que o trabalho dos bombeiros é sempre com o foco em sobreviventes.



A responsabilidade



O morro Bumba era uma área de depósito de lixo. Era um verdadeiro lixão onde os caminhões não paravam de depositar lixos.Permaneceu sendo lixão por cerca de 15 anos.Com o passar do tempo as pessoas foram se abrigando nas proximidades e quando se deram conta o lixão passou a ser uma favela, era um morro, no qual as casas foram construídas de forma irregular em cima dele.As casas se multiplicaram sem controle.

A grande questão não foi exatamente esse aglomerado de casas de forma irregular, mas sim a fiscalização e o impedimento daquelas construções. O que se notou foi exatamente ao contrário, foi o incentivo da permanecia e o crescimento daquela moradia, visto que havia escolas e até mesmo ruas que levavam ao alto do lixão eram asfaltadas.



Solidariedade



A Secretaria Municipal de Assistência Social (SMAS) do Rio de Janeiro informou que já foram arrecadadas 20 toneladas de doações para as vítimas das enchentes e deslizamentos nos postos de recolhimento.

O clube Canto do Rio, em Niterói, pede para as doações se concentrarem em sucos de caixinha, frutas, leite, açúcar e pão. Os organizadores da campanha informaram que são utilizados 500 pacotes de pães por dia. O Instituto Abel, também em Niterói, está recolhendo donativos e pede açúcar, sal e água.

Veja onde fazer as doações :

http://campanhas.acaoglobal.globo.com/category/postos-de-coleta/baixada-fluminense/